quinta-feira, 20 de novembro de 2014

O povo brasileiro está envergonhado com tanta roubalheira do dinheiro público


O brasileiro comum, via de regra, é um sujeito trabalhador, que sua o dia inteiro para ganhar seu salário, não desvia energia ou água, não compra sem nota fiscal para pagar mais barato e tantos outros jeitinhos, ditos como brasileiros, os quais envergonham a maioria das pessoas de bem.

Embora o governo leve de nós, quatro meses de salários por ano e nos dê como contrapartida um serviço público aquém das expectativas, no campo da saúde pública, segurança e educação, isso também deve ser parte do pensamento industrial brasileiro, que paga mais de 200 tributos em toda cadeia produtiva, explorado que é pelo governo federal, e usando esse artificio, muitas empresas enveredam pelo caminho da sonegação de impostos, que representa algo como, para cada real apurado em imposto, mais de quatro deixam de ser arrecadados, então fica a luta do gato, que por ter sua cota de impostos reduzidos, aumenta a tributação e do outro lado, o rato, simbolizado pela indústria e o comercio ao serem tributados a maior, passam a usar mecanismos de fuga para não pagar os impostos.

Observando esse cenário nacional do momento, não podemos deixar de nos indignar com a roubalheira que grassa nos órgãos públicos brasileiros, anos atrás começou com o Banco do Brasil, passou pelos Correios e agora desenrola na maior empresa brasileira, a Petrobrás.

É inaceitável que, depois de tantas revelações, surgidas a partir da operação denominada “Laja-Jato” as principais cabeças da Petrobras ainda não tenham sido demitidas sumariamente a bem do serviço público.

Não podemos mais aceitar a desculpa do “não sabíamos do que estava acontecendo na diretoria de abastecimento”. Isso nos remete a outra questão, - E agora que já sabem? Quantos serão demitidos? Qual a quantia desviada do órgão que será devolvida? São perguntas que não podem ficar sem respostas, a Presidência da República, o CCU, o TCU até o CADE devem se manifestar e agir por conta dos conluios que roubaram milhões em superfaturamento de obras e levar as barras da justiça os operadores dessa trama que envergonha a nação.

Quando um simples gerente da Petrobrás (peixe miúdo na gíria da corrupção) se “compromete” a devolver US$ 100 milhões de dólares (algo como 258 milhões de reais) em troca de uma delação premiada, não há quem não comece a fazer outras contas do tipo, quanto será que o chefe dele teria a oferecer a justiça? Poderíamos pensar em US$ 1 bilhão? Ou que tal 10 bilhões? Para configurar essa escala de poder de receber propina, veja a situação do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, que tinha R$ 3,2 milhões depositados em bancos brasileiros e que já foram bloqueados.

Ontem (19) o advogado de um dos presos disse “sem o pagamento de propina, nenhuma construtora faz obras para nenhum governo, não importa o tamanho da prefeitura ou governo”. Será que não existe nenhuma empresa que trabalhe sem pagar propina aos agentes públicos? - Eu não acredito, além disso, a falta de penas mais duras para os corruptores facilita o inicio desse tipo de acordo. Se os agentes públicos corruptos devem ir para a cadeia e serem obrigados a devolverem todo dinheiro roubado ao tesouro, os agentes corruptores, sejam eles pessoa física ou jurídica, devem ter o mesmo tratamento.

O Brasil não deve achar que a corrupção é um fato normal, corriqueiro e por isso, deva ser tolerado. Corrupção é crime, deve ser denunciado, tanto quem corrompe quanto quem extorque. Não podemos deixar de nos indignar com isso, dinheiro público desviado significa ao fim ao cabo menos saúde pública, menos segurança pública, menos educação, Somos uma nação forte e podemos sim, fazer a limpeza necessária para que tenhamos um Brasil melhor, sem corrupção, sem roubalheira do dinheiro público para que possamos nos orgulhar do nosso País.

Eu estou INDIGNADO com tudo isso, e você?

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