segunda-feira, 29 de novembro de 2010

As vaias do Negão.


Na sexta-feira passada (26) o Presidente Lula esteve em Manaus inaugurando um conjunto habitacional e uma usina de geração de energia a gás, ao mesmo tempo em que se despedia dos amazonenses, já que foi sua última visita como Presidente da República ao Estado do Amazonas.
Todavia, o que mais chamou a atenção de todos que estiveram no primeiro evento, foram as “vaias” recebidas pelo Prefeito de Manaus Amazonino Mendes, que tentou entabular um discurso, mas foi suplantado pelas vaias dos populares presentes.
Passados alguns dias dessa “vaia homérica”, sem trocadilho com o vereador da base aliada do prefeito, ainda repercute na imprensa e nas secretarias o que aconteceu.
Como de praxe, o prefeito culpou a oposição pelo ato, quando na realidade, deveria procurar saber as causas reais do descontentamento da população, que não teve receio de vaiar o prefeito na frente do Presidente Lula e do Governador Omar Aziz.
Amazonino está sendo cobrado, principalmente, por promessas de campanha não cumpridas, e ao mesmo tempo, a população já não aceita mais a “desculpa esfarrapada” de jogar a culpa de todas as mazelas da cidade na administração passada do ex-prefeito Serafim Correa, haja vista que o mesmo já está na metade do seu mandato.
O campanha eleitoral para prefeito em 2012 já começou e a tendência sinaliza que, vem mais “chumbo grosso” para o lado de Amazonino. O ex-prefeito Serafim Correa disse que o PSB terá candidato e que, certamente, ele mesmo será o candidato para “tirar a negra” com o Negão, olha que até rimou.
O que tira mesmo o sono de ambos, é a “provável-quase certa” candidatura do ex-governador Braga, que deseja ser o “Prefeito da Copa” e para isso, já escalou o seu general-de-guerra, leia-se o jornal Em Tempo (de eleições) que, há algumas semanas vem batendo forte no prefeito e na sua (falta) de administração.
Pronto, está oficialmente aberta a temporada de caça ao futuro prefeito de Manaus.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Manaus e a Cúpula Mundial de Prefeitos sobre o Clima



Nesta semana (21) prefeitos de 135 cidades do mundo inteiro, Manaus incluída, assinaram na Cidade do México, um acordo, chamado de Pacto da Cidade do México, estabelecendo um mecanismo de monitoramento e verificação das mudanças climáticas.

O documento, Pacto da Cidade do México será apresentado no UNFCC_United Nations Framework Convention for Climate Change, que começa em poucas semanas na Cidade de Cancun, no México.

O acordo assinado é composto de um conjunto de intenções (10) que os Prefeitos devem transformar em políticas públicas locais, objetivando promover ações concretas que visem conter o avanço das mudanças climáticas e a busca da redução dos gases de efeito estufa em suas respectivas cidades.

ACORDO DA CIDADE DO MÉXICO
01 Reduzir as emissões de gases do efeito estufa voluntariamente, através de políticas, legislação, planos e campanhas.
02 Adotar políticas públicas de redução das emissões em campos, como o de transporte, e manejo adequado dos resíduos.
03 Aplicar medidas de preparação e adaptação para melhorar a qualidade de vida dos pobres nas zonas urbanas.
04 Informar os compromissos ao Registro Climático das Cidades (Carconn) que apontará os avanços das metas.
05 Criar mecanismos de financiamento internacional para ações climáticas locais com apoio dos governos nacionais.
06 Estabelecer um Secretariado para o “Pacto da Cidade do México” para dar seguimento às ações que derivem desses processos.
07 Promover a inclusão da sociedade civil na luta contra as Mudanças Climáticas e apoiar suas propostas que contribuam para combater as Mudanças Climáticas.
08 Defender e buscar alianças com organismos multilaterais e governos nacionais para complementar medidas contra as Mudanças Climáticas.
09 Promover alianças e cooperações entre cidades para a construção de competências e transferência de tecnologias no assunto.
10 Difundir, a mensagem do “Pacto da Cidade do México” e convidar líderes de governos locais a unir-se nessas ações.

A cidade de Manaus esteve representada pelo Prefeito Amazonino Mendes e do Secretário Municipal de Meio Ambiente Marcelo Dutra. Para que, a comitiva manauara que esteve no México não passe o recibo de que se tratou apenas de uma ação de marketing político-ambiental, resta a nós, manauaras, acompanhar e cobrar, como se dará em nível local, o estabelecimento das políticas públicas para conter o avanço das mudanças climáticas, o aumento das emissões dos gases de efeito estufa e do manejo correto dos resíduos sólidos na cidade de Manaus.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A Ponte dos Sonhos de 1 bilhão.

Ao ser anunciada como a maior obra do ex-governador Eduardo Braga, a Ponte sobre o Rio Negro despertou esperança nos moradores do Cacau-Pireira, Iranduba, Manacapurú e Nova Ayrão que um novo tempo estaria chegando, trazendo desenvolvimento para aquela região.
Os políticos, como o ex-deputado Francisco Souza, que há tempos defendia a obra, logo assumiu a paternidade para faturar os louros da vitória, juntamente com aqueles que aplaudem qualquer coisa, desde que seja originário do poder público.
Para facilitar e justificar, o governo criou a Secretaria da Região Metropolitana, que ficou responsável em gerenciar a execução da obra, que em meados de 2010 anunciou, com toda pompa, a inauguração para 15 de novembro, com a presença ilustre do Presidente Lula, que iria percorrer a nova ponte correndo.
Poucos se opuseram ou questionaram o custo da obra, inicialmente orçada em R$ 574.836.098,12, um valor expressivo, mesmo para a exuberante economia do Estado do Amazonas, apoiado fortemente pelos recordes de faturamento do Pólo Industrial de Manaus.
Logo em seguida, as construtoras exigiram e o governo do estado aceitou um aditivo ao preço, somando-se mais R$ 305.300.000,00 ao custo total, chegando a mais de 800 milhões.
Agora, na semana que seria da inauguração(15/nov), a sociedade descobre que para terminar a obra e entregar para a população, uma nova licitação orçada em R$ 114.000.000,00 (90mi p/proteção pilares e 14mi p/ iluminação) é necessária, elevando o custo total da obra para inimagináveis 984.136.098,12 (quase 1 bilhão).
Com todos os recursos financeiros empenhados no primeiro semestre, visando às eleições no segundo semestre, o Governador Omar Aziz descobre que o Estado não tem mais dinheiro para por na Ponte dos Sonhos, e tenta arrumar grana em 2011 para terminar a obra dos sonhos do ex-governador Braga.
Com tantas deficências nos serviços de responsabilidades do Estado nas áreas de saúde e segurança, torna-se necessário questionar a aplicação de 1 bilhão numa única obra.
Finalizando, cabe uma pergunta. Será dessa forma que o Estado vai conduzir a gestão dos custos da obra da Arena Amazônia e do malfadado Monotrilho?

domingo, 7 de novembro de 2010

Portos de Manaus

Muito se comentou em Manaus, acerca dos impactos causados ao Pólo Industrial de Manaus pelo deslizamento, há duas semanas, do pátio do Porto Chibatão.
A maioria das indústrias instaladas no PIM utiliza o modal fluvial/ marítimo ou rodo/fluvial para o recebimento de insumos e expedição de produtos acabados, sendo que, essa logística está estruturada em apenas 3 portos, a saber: Porto Chibatão, Super Terminais e Porto Privatizado do Roadway.
Obviamente que, a interrupção do funcionamento do Porto, além da perda de vidas humanas, que afetaram famílias manauaras, trouxe inúmeros problemas operacionais para as fábricas, seja pela carga retida ou pela impossibilidade de despachar cargas de saída. O reflexo de tudo isso, será a falta de alguns produtos durante o período natalino, pois, justamente nessa época, as empresas estão produzindo para entregar às lojas que farão as vendas no final de ano.
O faturamento do PIM não para de crescer, ano após ano, embora a infraestrutura logística de Manaus seja completamente ultrapassada, basta observar a via de acesso que leva aos Portos Chibatão e Super Terminais, uma viela acanhada para a quantidade imensa de carretas que trafegam diariamente pelo local, com grandes engarrafamentos dignos de um porto de lenha.
O fato é que, os portos de Manaus estão instalados em condições inadequadas sob o ponto de vista geológico e ambiental, gerando uma pressão excessiva sobre as encostas e barrancos, aliado ao fato que, naquela área, para construir os pátios, os empreendedores utilizam solo compactado, que sofre ação da cheia e vazante do Rio Negro, daí que as chances de deslizamentos são reais, como esse deslizamento no Porto Chibatão ou como aquele que ocorreu há mais de 10 anos no Porto do Pedrão.
Existe mais de 50 portos “improvisados” ao longo da margem esquerda do Rio Negro, que atendem principalmente as demandas do interior do estado, como o “Porto do Cimento”, que recebe balsas e barcos, um porto completamente inseguro, mas, tão necessário para receber insumos do nosso interior e levar produtos industrializados.
Para receber navios turísticos de cruzeiros, só existe o Porto Privatizado do Roadway, que também apresenta graves problemas de segurança e, vez por outra, é interditado por órgãos da Marinha. A estrutura portuária do Roadway é do século 19 e pouco mudou em termos de conforto e segurança para os usuários. A mesma plataforma flutuante que atende os navios de cruzeiros recebe os Barcos Regionais, que transportam cargas e passageiros para o interior do Amazonas e estados vizinhos, esse sistema portuário não atende a demanda e espantam os armadores para outro porto improvisado, que funciona na Manaus Moderna, conhecido como “Balsa do Peixe”, onde atracam a maioria dos barcos menores, e novamente, os problemas se repetem, sobra insegurança e falta o mínimo necessário para passageiros e trabalhadores portuários.
Entidades de classe do Amazonas devem articular com o Poder Público, a busca de novas alternativas, que sejam mais seguras, ambientalmente adequados e que possibilite a implantação de um sistema portuário que, atenda de fato, as demandas geradas pelas empresas do Pólo Industrial de Manaus e de um sistema eficiente e seguro de transporte de passageiros e cargas dos barcos regionais.