Ontem (24) a Cidade de Manaus fez aniversário completando 342 anos de existência envolta em muita polêmica, especialmente nas redes sociais como o twitter e o facebook.
No centro de todo o debate estava a inauguração da Ponte do Rio Negro que liga Manaus ao município de Iranduba, ponte essa que consumiu mais que o dobro do orçamento inicial de 560 milhões e que no ato da entrega custou aos cofres do Estado do Amazonas a bagatela de 1 bilhão e 200 milhões.
Ao mesmo tempo, o aumento do preço da passagem do transporte coletivo que voltou para R$ 2,75 revoltou a população, que embora reconheça a chegada de mais ônibus, não aceita pagar um valor tão alto por este serviço, lembrando ainda que, dentre os ônibus recebidos, alguns deles não eram novos como anunciados, e sim, já havia rodado em outras localidades sendo isso ocultado de todos.
Os debates são necessários como forma de pressionar os agentes públicos a ouvir as demandas da sociedade e levar em consideração essas reivindicações quando da elaboração e execução de políticas públicas, e nisso, o executivo municipal está longe da assertividade das ações em prol da população.
Deixando um pouco as polêmicas de lado, gostaria de reverenciar minha cidade, embora para isso tenha de me remeter ao passado glorioso que Manaus já teve, desde os tempos áureos da borracha em que éramos responsáveis por mais de 50% da balança comercial do Brasil, e havia governantes que pensavam o futuro,exemplos estão espalhados por todos os cantos de Manaus, como a primeira estação de tratamento de esgotos que hoje abriga o Teatro Chaminé, o Reservatório de Água do Mocó, um exemplo de arquitetura pensada além do seu tempo, fomos a primeira cidade do Brasil a dispor de luz elétrica, também fomos um dos primeiros lugares a abolir a escravidão, tudo isso num passado mais remoto, mais existem muitos mais bons exemplos de como dava orgulho de ser manauara, lembram que nosso voleibol já foi o segundo Brasil, nossas meninas do handebol foram campeãs brasileiras, tínhamos um campeão brasileiro de arremesso de peso e até mesmo o nosso futebol, freqüentava a parte de cima do campeonato brasileiro.
Porém, o que vemos hoje é a total falta de conexão do poder público com os anseios da sociedade que, espera por muito mais, espera ter água nas suas torneiras, espera ter um sistema público de transporte coletivo que funcione com um preço justo, que possa deixar seu filho numa escola que forme cidadãos e não analfabetos funcionais, que cuide do nosso meio ambiente, que resgate as calçadas para que possamos caminhar livremente, que acabe com os churrasquinhos imundos nas esquinas num claro caso de saúde pública, que organize o trânsito fiscalizando e multando os infratores, que planeje e execute políticas públicas que envolvam a população no cuidado com o meio ambiente, numa cidade que padece com a falta de praças e árvores, que cuidem bem da saúde pública, a começar com saneamento básico, fonte de tantas doenças infantis, enfim, espero muito mais em favor da nossa cidade.
A Copa de 201, fonte de esperança de solução de tantas mazelas pode se transformar num belo fiasco caso não sejamos capazes de produzir bons planos para apresentar Manaus como uma cidade envolvente, bela e, principalmente, capaz de abrigar um evento de tamanha envergadura para o nosso padrão de evento.
O turismo, embora seja o nosso maior potencial é o nosso ponto mais fraco, este segmento pode ser a redenção da cidade caso seja bem preparado. A cidade só é boa para o turista se primeiramente ela for boa para sua população, essa é a regra.
Parabéns Manaus, minha cidade querida!
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