terça-feira, 4 de novembro de 2014
As diferentes faces de uma mesma cidade, Manaus dos meus (des)encantos.
Manaus é realmente uma cidade multifacetada, existem várias cidades dentro de um mesmo plano geográfico.
A Manaus da Zona Leste é ativa e vibrante, carros e pessoas se misturam entre as ruas estreitas, dividindo os mesmos espaços numa frenética briga para exercerem o livre exercício de ir e vir. Lá na Zona Leste, o trânsito é caótico e sem nenhuma regra de convivência entre motos e suas variáveis, como moto taxi, moto frete, lá rodam também os mais diversos tipos de ônibus, os convencionais, os articulados, os alternativos, os executivos, os clandestinos de nenhuma categoria, onde a regra é não respeitar as mais comezinhas leis constantes do código de trânsito brasileiro, tudo isso acontece principalmente entre as avenidas Itaúba e Grande Circular, onde se concentra o comércio mais ativo de Manaus.
A Manaus da Zona Norte esbanja o comércio forte, nas lojas e nas ruas, e a população tem ao seu alcance todas as facilidades da vida moderna, como bancos, equipamentos públicos de lazer, serviços de atendimento médico, lá o trânsito é um pouco mais levado a sério, é possível ver motociclista usando o capacete, as motos tem espelhos retrovisores e a briga entre ônibus e carros é menos selvagem e o trânsito pesado se concentra, principalmente nas Avenidas Noel Nutels e Camapuã, com um comércio atípico e forte, tal qual uma grande cidade do interior do Amazonas.
Já a Zona Oeste tem uma estrutura urbana razoável e de bom tamanho, que atende o grande fluxo de pessoas e veículos, com um pouco mais de racionalidade no ir e vir das pessoas e veículos. Sua artéria principal de comercio está localizada na Avenida Brasil que se interliga com a Ponte do Rio Negro e Estrada da Ponta Negra.
Na Zona Sul encontramos o nó inicial da cidade de Manaus, o Centro Histórico que teima em existir apesar de tudo de ruim que fazem com aquela região. A população que precisa se deslocar para essa área, sofre para chegar com as principais vias de acesso com uma carga que não suporta mais, vias essas que foram construídas para abrigar uma cidade com população de pouco mais de 200 mil habitantes e hoje carrega mais de 2 milhões de almas.
É bem verdade que a Prefeitura está fazendo um bom trabalho em favor do urbanismo, com a retirada dos ambulantes das calçadas públicas e os alocando nos shoppings populares, ao menos dois, já foram oficialmente inaugurados.
Porém, como tudo que é bom dura pouco, as pequenas infrações ao código de posturas do município começam a ser desrespeitadas, por leniência e falta de fiscalização do poder público. Ao caminhar nas ruas, recém desocupadas com a retiradas dos ambulantes, já é possível encontrar bancas de lojistas ocupando calçadas que deveriam estar livres para os pedestres ou mesmo, calçadões para pedestres ocupados por carros, que insistem em não cumprir as regras de trânsito onde não é permitido estacionar nas calçadas.
Uma ação impopular, mas necessária, como a retirada dos camelos, leva anos para maturar e depois ser executada, mas se não mantiver a fiscalização, a chance de tudo se perder e voltar ao passado é muito grande, como é possível observar nas fotos deste final de semana.
Temos que continuar lutando pela revitalização do Centro Histórico de Manaus, isso é bom pra gente, manauaras que curtem nosso patrimônio arquitetônico, nossas praças e para isso, a cobrança deve ser ininterrupta, para que o poder público cumpra seu papel de garantir nosso direito ao ir e vir e acesso aos equipamentos públicos.
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