terça-feira, 8 de janeiro de 2013
Devolvam nossas calçadas e o patrimônio histórico de Manaus
A revitalização do Centro Histórico de Manaus passa por uma ação efetiva da Prefeitura de Manaus agora sob o comando do Prefeito Arthur Neto.
O primeiro passo nessa direção já foi dado, com início das conversas com os dois principais causadores dos problemas, os ambulantes (de toda espécie) e os lojistas.
A ocupação das calçadas dos pedestres seja por bancas ou por tablados dos lojistas para exposição de mercadorias não devem ser toleradas de forma alguma, as calçadas livres devem garantir o ir e vir dos pedestres, foi para essa finalidade que as mesmas foram concebidas.
Chama atenção a situação dos ambulantes que tomaram para si, todas as calçadas da Marechal Deodoro, Eduardo Ribeiro, Henrique Martins, Guilherme Moreira e tantas outras, fazendo uma arquitetura vampiresca que toma de assalto o transeunte colocando-os num verdadeiro labirinto, sujeito a todo tipo de ações, tais como roubos, assaltos e atentados ao pudor, numa autentica feira livre de Babel.
Os lojistas por outro lado, não se fazem de rogados, já que os ambulantes tomaram a parte externa das calçadas, mais próximas das vias, eles (os lojistas) tomaram para si a parte interna das calçadas, usando-as como uma verdadeira extensão das suas próprias lojas, e no meio dessa guerra por território, eis que surge o pedestre, imprensado e pressionado de todas as maneiras a passar pelo corredor polonês, ainda bem que sem o famoso sabacú, mas levando de quebra os não tão famosos “bate-palmas”.
Não satisfeitos em ocuparem as calçadas, agora os ambulantes com suas roupas e comidas invadem as ruas, numa guerra selvagem com os veículos automotores, nessa guerra, quem sai perdendo são as lojas constituídas, que pagam impostos e o pedestres que tem sua passagem obstruída por carrinhos de churrascos e lojas improvisadas.
Na briga pelo cliente, lojistas e ambulantes oferecem de tudo, indo de roupas de baixo valor ou réplicas de grifes como Lacoste e Nike até eletrônicos chineses baratos, é claro que toda essas mercadorias não devem pagar um centavo de imposto ao Estado, pois certamente, a maior parte dessas bugigangas entrou no País via contrabando, daí a necessidade de uma ação mais incisiva dos poderes constituídos, como Receita Federal, Sefaz e outros.
Nesse ponto, destaco duas situações que passam despercebidos ao cidadão comum que caminha no Centro, a primeira é: Como a companhia de energia não nota que TODAS as barracas são alimentadas com energia elétrica proveniente dos famosos GATOS? A segunda diz respeito à segurança das barracas, pois todos os dias, os ambulantes passam o plástico no “estabelecimento” e vão embora para suas casas e não há nenhum registro de roubo ou furto de mercadorias de nenhuma banca, como isso é possível? Mistério? Ou todos teriam um acordo com a policia para “vigiar” seus bens particulares à noite?
A pergunta que não quer calar é o que fazer com os ambulantes? Creio que a solução do problema passa pela construção de um camelódromo ou shopping popular nos arredores do Centro como forma de retirá-los das calçadas e obrigar, via coerção do poder público, os lojistas a recolherem para dentro suas prateleiras e araras.
Para a novíssima Secretaria de Revitalização do Centro Histórico de Manaus juntamente com a COVISA resta ação de pulso forte contra o comércio de gêneros alimentícios, vendidos sem a menor assepsia ou mínimos cuidados de higiene com alimentos, sejam eles, churrascos, verduras e peixes. Tudo isso, comercializado livremente nas esquinas das principais avenidas do centro.
Para a SEMMAS, principalmente, sua parcela na solução da revitalização do Centro, cabe disciplinar e fiscalizar a questão do descarte correto do lixo juntamente com a SEMUSLP, especialmente caixas que são jogadas ao longo do dia e recolhidas que são, somente à noite, atualmente cerca de 280 toneladas de lixo são recolhidos diariamente do centro. Ações como: coleta seletiva, contentores para descartes seletivos nas ruas já dariam uma melhora sensível na aparência da cidade.
O que dizer das nossas “fachadas Históricas” escondidas que estão por placas publicitárias de lojas ou por árvores que não são podadas adequadamente? Existem ao menos 100 prédios abandonados no Centro Histórico de Manaus, da época da borracha, construídos que foram para abrigar os barões do látex a partir do séculos XVIII e que hoje estão abandonados e que poderiam se tornar atrativos turísticos.
Porém, nem tudo está perdido em Manaus, existem duas ilhas de excelência no Centro Histórico de Manaus completamente livre de ambulantes, o que dizer dos belos logradouros públicos como o Largo São Sebastião que emoldura nosso Teatro Amazonas e da Praça Heliodoro Balbi que emoldura nosso Colégio Estadual D.Pedro II?
A diferença está na ação do poder público, pois ambos os logradouros estão sob o pulso firme do eterno Secretário de Cultura Robério Braga que controla ambas as áreas a ferro e fogo, nada é permitido por lá sem aquiescência do Estado, dessa forma, há anos não se vê nenhuma banquinha de churrasco ou barraquinha de bugigangas.
No ano passado, Manaus recebeu o título de cidade com as piores calçadas do Brasil, é chegada a hora de mudarmos esse jogo e com ação enérgica do poder público, as calçadas poderão ser devolvidas aos seus legítimos donos, nós, os cidadãos que querem o bem de Manaus, transformando-a num lugar melhor para se viver.
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