terça-feira, 10 de novembro de 2015

A praga dos gafanhotos da corrupção


A cada dia que passa, a população é surpreendida com escândalos de corrupção que grassa na classe política brasileira, aí inclusos, os poderes executivo e legislativo. A praga da corrupção está formalmente instalada nos corredores e gabinetes da classe política brasileira, é um mal difícil de ser combatido e que subtrai dinheiro público que falta na saúde, educação, moradia dentre outros direitos básicos do cidadão.

No Executivo, temos uma presidente da República que está prestes a ter suas contas reprovadas pelo TCU-Tribunal de Contas da União, decorrente das chamadas “pedaladas fiscais” que visava desviar verbas rubricadas para uso e gasto nos programas sociais, com objetivo de garantir a sua reeleição a qualquer preço. Do outro lado, a mesma presidente é refém do PMDB que tem um pedido de impeachment pronto para ser aceito pelo presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha, que chantageia o governo federal, o qual cede trocando cargos por votos e pelo engavetamento do pedido.

No Legislativo, a Câmara Federal está prestes a implodir por conta das graves denúncias que pesam contra o presidente Eduardo Cunha, sendo que o parlamentar já foi denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot ao STF_Supremo Tribunal Federal, por um suposto envolvimento no esquema de corrupção na Petrobrás descoberto na operação Lava-Jato, onde o procurador pede a condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, coisa de cinco milhões de dólares de propina para intermediar contratos de navios sonda da Petrobrás. A Rede Sustentabilidade juntamente com o PSOL protocolou no Conselho de Ética uma representação pedindo a cassação do mandato de Eduardo Cunha por quebra de decoro parlamentar. Ainda no Legislativo, o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros é oficialmente investigado por conta de denúncias constantes dos inquéritos da operação Lava Jato.

Resumindo, no plano federal, em Brasília temos as mais altas autoridades dos poderes Executivo e Legislativo brasileiro sob investigações que podem levar a perda dos seus mandatos enlameados que estão por supostas ligações com corrupção.

Trazendo a realidade política para nossa região, os poderes estadual e municipais também são alvos de denúncias de corrupção envolvendo dinheiro público.

Há três semanas atrás, veio a tona um escândalo envolvendo o governo do estado do Amazonas, onde o secretário de infraestrutura, Geraldo de Deus, saiu atirando para todos os lados, suas denúncias resvalaram no governador Jose Melo. Até agora, não se sabe se os órgãos de controle externo já tomaram alguma ação concreta para apuração das denúncias e punição aos responsáveis.

Na mesma semana, a prefeitura de Manaus também foi apontada como participante de um processo eivado de vícios na licitação dos radares, onde as denúncias apontam a participação de gente graúda de dentro do governo municipal. O fato acabou por causar o cancelamento da licitação e a demissão do secretário, porém, uma apuração ainda não foi oficialmente aberta, para que saibamos do que realmente aconteceu, além da criação do consorcio ter sido constituído dias depois de ter vencido o certame. O prefeito Arthur Neto está sob fogo cruzado por conta de novas denúncias envolvendo agora a nomeação de uma assessora jurídica para gerenciar esses contratos e pasmem, contrato onde a mesma foi representante da empresa ganhadora do certame, em outras palavras, atuou no lado externo do balcão e agora está do lado interno do balcão representando o poder público, num claro conflito de interesses.

A corrupção não escolhe cidade ou município, prova disso é que hoje(10) em Iranduba, na região metropolitana de Manaus, aconteceu a “Operação Cauxi” , numa ação conjunta da Policia Civil/Departamento de Repressão ao Crime Organizado, Controladoria Geral da União(CGU) e Ministério Público Estadual(MPE) para cumprir 20 mandatos de busca e apreensão envolvendo o prefeito do município, Xinaik Medeiros, secretários e vereadores, todos supostamente envolvidos em corrupção nas licitações de serviços da Prefeitura, confirmando-se até a existência de pagamento mensal aos vereadores para aprovar medidas de interesse do prefeito, propina essa conhecida como “mensalinho”. Todos são acusados de crimes como: corrupção passiva, lavagem de dinheiro, fraude em licitações, corrupção passiva, concussão, falsidade ideológica dentre outros.

É notório que os poderes constituídos no Brasil estão com suas estruturas de representação falidos e completamente tomados pelas pragas dos gafanhotos da corrupção e somente, punições exemplares irá melhorar a qualidade dos políticos brasileiros. A impunidade é mãe da corrupção.

Porém, a parcela maior de culpa e responsabilidade cabe aos eleitores, que escolhem mal seus representantes esperando contrapartidas futuras. Não existe em nossa sociedade a educação política tão necessária na democracia representativa.

O Brasil já mostrou sua cara, uma face coberta de lama da corrupção, está mais do que na hora do Brasil mudar sua cara e você, eleitor, é o principal agente da mudança que a política brasileira precisa.

domingo, 1 de novembro de 2015

Brasil sofre com a crise politica que destroi a economia


Ontem numa conversa que tivemos com Marina Silva em Manaus, ela nos disse que “diante da atual crise política instalada no Brasil, onde PT e PSDB esticaram a corda além do ponto de retorno, não existe uma saída baseada em salvadores da pátria”.

Essa polarização já deu o que tinha que dar e a briga do poder pelo poder levou a extremismos exagerados de lado a lado e hoje a crise política instalada potencializou a crise econômica que destrói rapidamente toda a confiança do mercado em relação a capacidade do Brasil em honrar seus compromissos financeiros internacionais e dar um rumo mínimo de crescimento econômico que garanta a manutenção do nível de empregos.

Uma das principais agências internacionais de classificação de riscos, rebaixou a nota brasileira e uma segunda está próxima de anunciar também o rebaixamento do grau de investimento, como isso, o recado dado aos mercados é: Brasil está afundando e não terá condições de cumprir seus compromissos e o efeito manada do mercado leva os investidores para outros lugares e cria esse clima de incerteza econômica levando a cotação do dólar para números jamais vistos.

Os desdobramentos políticos da Operação Lava-Jato que culminaram com indiciamento criminal de membros do alto escalação do governo na Petrobras e o esquema milionário das propinas e contratos milionários das empreiteiras mostrou ao Brasil o pulso firme do juiz Sergio Moro e a sociedade viu figurões, nunca antes visto na história desse pais, serem encarcerados pela Policia Federal.

No plano político, o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha do PMDB tem contra si uma investigação criminal, com fartas provas e, mesmo assim, por um acordo entre partidos, permanece no cargo por conta de uma “chantagem” contra a presidente Dilma Rousseff, já que o mesmo tem pedido de impeachment contra ela, que pode apeá-la do cargo, num verdadeiro abraço dos afogados, onde um não força mais a barra do outro e assim, vão sobrevivendo sem nenhum arranhão, como diria Cazuza. Enquanto isso, o governo é loteado em cargos para que o processo não prospere e o partido mais corrupto da nação continua saqueando o pais.

A classe política brasileira está no mais completo descrédito, com salários de primeiro mundo e projetos políticos pífios sem a devida responsabilidade com a situação atual do Brasil, juntamente com o poder executivo com seus privilégios e benefícios exorbitantes e ambos parecem viver num outro mundo com disponibilidade econômica sem restrições.

Não tendo a alternativa de um salvador da pátria para botar o Brasil de volta nos trilhos, só nos resta um caminho, qual seja um plano nacional de reconstrução, onde agenda econômica se relacione com a agenda social na busca de mecanismos que equilibrem as contas públicas, onde se reduza ao mínimo os gastos exorbitantes com publicidade institucional, o combate ao desperdício e a corrupção se tornem uma fonte de recursos que deva ser aplicado em favor da sociedade na forma de educação, saúde e segurança.

Nessa ação suprapartidária não cabem heróis ou salvadores da pátria, toda a sociedade deve se apropriar dos benefícios que garantam nossos empregos, o convívio com uma taxa de inflação em níveis mínimos que não corroam nossos salários e que o combate a corrupção seja uma constante e que a iniciativa privada tenha as condições necessárias e ambiente competitivo para proporcionar a geração de empregos, tão necessária para o desenvolvimento econômico da nação.

Não se pode sacrificar uma nação por uma eleição. (Marina Silva, 31\10\15)