quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Venezuela dividida



A Venezuela mais uma vez está no centro das atenções da América Latina, há semanas um duro combate é travado nas ruas de Caracas e em algumas outras cidades como Tachira.

O governo de Nicolas Maduro oprime seu povo que tenta manifestar sua insatisfação com a atual crise política e econômica que sufoca a população.

O velho truque de culpar terceiros por incapacidade governamental está a pleno vapor, tendo como pano de fundo a estratégia de falar em golpe de estado, situação essa que tem levado centenas de cidadãos e lideranças políticas venezuelanas a cadeia, entre eles, Maria Corina Machado, cassada que foi do cargo de deputada em 2014, o opositor político Leopoldo López e Daniel Ceballos (ex-prefeito de San Cristóbal) presos há mais de um ano, na última semana o Prefeito de Caracas Antonio Ledezma foi também detido pela polícia secreta de Maduro sob o pretexto de tentar dar um golpe de estado na Venezuela.

O presidente Maduro se apega fervorosamente a herança chavista em seus discursos, chamando os venezuelanos para uma luta cívica nessa imaginaria guerra econômica, despertando a população para o lema da pátria de “Socialismo ou Morte”.

Segundo a ONU, “a detenção prolongada e arbitrária de opositores políticos e manifestantes está causando cada vez mais uma preocupação internacional”.

No plano internacional, os analistas veem com preocupação a posição brasileira em relação ao aprofundamento da crise na Venezuela, o Itamarati não se posiciona e com essa postura de indiferença mostra não ter a liderança que diz ter no Mercosul, onde a Venezuela aderiu ano passado por pressão do governo brasileiro.

Estive na Venezuela semana passada, um País lindo com belas riquezas naturais e um povo hospitaleiro e gentil, lá pude constatar as dificuldades que nossos irmãos desse País estão passando, as cidades passam por um processo de desabastecimento de gêneros de toda ordem, desde aqueles de primeira necessidade, como alimentos e bebidas, bem como aqueles necessários para fazer o país funcionar como um simples pneu de automóvel.


O retrato captado foi de um povo, que ainda mantem esperança de dias melhores, embora divididos, parte da população advoga que Maduro é a solução para todos seus problemas e uma parte considerável acha que o atual presidente não goza de uma boa saúde mental, opinião essa obtida de pessoas com as quais conversei, como motorista de taxi, vendedora de rua, frentistas de postos de gasolina e garçons.


A Venezuela segue dividida a espera de um milagre que livre sua população do sofrimento.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

O sistema político e a corrupção no Brasil



As campanhas eleitorais são verdadeiras festas da democracia, os candidatos percorrem o país ou seus estados onde se apresentam como a solução de todos os problemas que afligem um país ou um estado.

Esse contato com os eleitores nos comícios, nos debates da televisão e na propaganda eleitoral no rádio e na televisão ajudam o eleitor a construir um referencial de candidato que mais se aproxima do que ele anseia como resultado de governo esperado, ou seja, tudo aquilo que é prometido em campanha se transforma em dívida eleitoral a ser quitada com o eleitor após vencer o pleito.

Todavia o que vemos em nossa tenra democracia é um exercício pleno do “estelionato eleitoral” onde certos candidatos fazem o canto da sereia para eleitor encantando o mesmo com a solução de todas mazelas, prometendo mundos e fundos antes de eleitos, agindo inversamente proporcional ao prometido depois de eleitor.

Vejamos o caso da presidente Dilma Rousseff, onde ao ser confrontada com propostas de governo da então candidata Marina Silva no tocante a flexibilização e atualização das leis trabalhista saiu-se com a famosa frase “nem que a vaca tussa” repudiando qualquer medida atualizadora de uma lei retrograda que só exporta empregos para outros países com mão de obra mais barata.

Ocorre que ao assumir o governo em seu segundo mandado a presidente Dilma Rousseff, a vaca tossiu logo nas primeiras semanas com a publicação de decreto restringido direitos dos trabalhadores na contramão do que foi dito na campanha. Isso não seria um caso de estelionato eleitoral? O eleitor que acreditou em todas suas promessas de campanha foi lesado em suas esperanças de um Brasil melhor?


É chegada a hora de modernizar nosso sistema político e a tal reforma política não anda e enquanto isso, vemos a corrupção que grassa nas empresas públicas em parceria com os partidos políticos degenerando toda uma classe do legislativo que transformam uma função pública em profissão onde a maioria só busca se locupletar das benesses do estado.